CONTEXTOS, PRÁTICAS E INSTITUIÇÕES: O ENSINO SECUNDÁRIO E A ORGANIZAÇÃO DE REPERTÓRIOS PEDAGÓGICOS NO SEGUNDO REINADO
Palavras-chave:
educação, política, mediações.Resumo
Este texto reconhece uma dinâmica interna às instituições de ensino secundário no Império do Brasil. O seu desenvolvimento se dá por meio da observação da dinâmica pedagógica de três colégios considerados chave: o Colégio Pedro II, no Rio de Janeiro, capital do Império; o Ginásio Baiano, de Salvador; e o Culto à Ciência, em Campinas. Tal dinâmica partilha elementos comuns, como a regularidade no ensino, a ênfase nas humanidades e o funcionamento em regime de internato, mas também possui variações que teriam relação com o contexto no qual cada colégio se insere. Assim, tomado de Ann Swidler, o conceito de repertório permite articular aspectos da cultura – neste caso, pedagógica – às dinâmicas políticas de cada contexto, iluminadas pela atuação de docentes como Abílio Borges e João Köpke.
Downloads
Referências
ADORNO, Sérgio. Os aprendizes do poder: bacharelismo liberal na política brasileira. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1988.
ALMANAK Administrativo, Mercantil e Industrial da Corte e província do Rio de Janeiro inclusive a cidade de Santos, da província de S.Paulo para o anno de 1879. Rio de Janeiro: Eduardo & Henrique Laemmert, 1879.
ALONSO, Angela. Ideias em movimento. A geração 1870 na crise do Brasil-Império. SP: Paz e Terra, 2002.
ALVES, Isaias. Vida e Obra do Barão de Macahubas. Rio de Janeiro: Oficina Gráfica Renato Americano, 1936.
AZEVEDO, Fernando de. A Cultura Brasileira. Introdução ao estudo da cultura no Brasil. Rio de Janeiro/Brasília: UFRJ, UNB, 1996.
BARROS, Roque Spencer Maciel de. A Ilustração Brasileira e a Ideia de Universidade. SP: EdUSP/Convívio, 1986.
BORGES, Abílio César. Programa; Regimento Interno; Discurso de inauguração. In ALVES, Lizir Arcanjo. O Ginásio Baiano de Abílio César Borges: antologia. Salvador, Instituto Geográfico e Histórico da Bahia, 2000.
BOURDIEU, Pierre. A ilusão biográfica. In AMADO, J.; FERREIRA, Marieta M. (Orgs.). Usos e abusos da história oral. Rio de Janeiro: FGV, 2004.
______, Da regra às estratégias. In Coisas Ditas. São Paulo: Brasiliense, 2009.
CANDIDO, Antonio. Tendências no desenvolvimento da sociologia da educação. In PEREIRA, Luiz; FORACCHI, Marialice M. Educação e Sociedade (Leituras de sociologia da educação). São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1971.
CARVALHO, José Murilo de. História intelectual no Brasil: a retórica como chave de leitura. In Topoi. Revista de História. Rio de Janeiro, Vol. 1, n. 1, 2000.
______, A Construção da Ordem: a elite política imperial. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2003.
CUNHA JR, Carlos Fernando Ferreira da. O imperial Collégio de Pedro II e o ensino da boa sociedade brasileira. Rio de Janeiro: Apicuri, 2008.
DORIA, Escragnolle. Memória Histórica do Colégio de Pedro Segundo: 1837-1937. Edição comemorativa. Brasília: INEP, 1997.
FARIA FILHO, Luciano Mendes de. Estado, cultura e escolarização nas Minas Gerais do século XIX. In VIDAL, Diana G.; SOUZA, Maria Cecília C. C. de. A memória e a sombra: a escola brasileira entre o Império e a República. BH: Autêntica, 1999.
______, Instrução elementar no século XIX. In LOPES, Eliane; FARIA FILHO, Luciano Mendes de; VEIGA, Cynthia (orgs). 500 anos de educação no Brasil. Belo Horizonte: Autêntica, 2007.
FERREIRA, Tânia Maria Bessone da Cruz. Palácios de destinos cruzados: bibliotecas, homens e livros. Rio de Janeiro – 1870-1920. Rio de Janeiro: Arquivo Nacional, 1999.
FONSECA, Marcus Vinícius. O predomínio dos negros nas escolas de Minas Gerais do século XIX. In Educação e Pesquisa, São Paulo: USP, v. 35, n. 3, set./dez. 2009, p. 585-599.
FREYRE, Gilberto. Sobrados e mucambos: decadência do patriarcado e desenvolvimento do urbano. São Paulo: Global, 2006.
GONDRA, José G.; SAMPAIO, Thiago. Ciência pela força? Dr. Abílio César Borges e a propaganda contra o emprego da palmatória e outros meios aviltantes no ensino da mocidade (1856-1876). In Acta Scientiarum. Education, v. 32, n. 1, 2010.
GOODSON, Ivor F. Currículo: teoria e história. Petrópolis: Vozes, 1995.
GUIMARÃES, Manoel Luiz Salgado. Historiografia e nação no Brasil: 1838-1857. Rio de Janeiro: EdUERJ, 2011.
HAIDAR, Maria de Lourdes Mariotto. O ensino secundário no império brasileiro. São Paulo: EdUSP, 1972.
JULIA, Dominique. A cultura escolar como objeto histórico. Revista Brasileira de História da Educação, n. 1, jan/jun. 2001.
MANNHEIM, Karl. El problema de las generaciones. In Reis, n. 62, p. 193-242, 1993.
MATTOS, Ilmar Rohloff. O Tempo Saquarema. São Paulo: Hucitec/Brasília, INL, 1987.
MATTOS, Selma Rinaldi de. O Brasil em lições. A história como disciplina escolar em Joaquim Manoel de Macedo. Rio de Janeiro: Access, 2000.
MOACYR, Primitivo. A instrução e as províncias (subsídios para a História da Educação no Brasil). 1835-1889. 2º vol. – Sergipe, Bahia, Rio de Janeiro e São Paulo. Rio de Janeiro: Companhia Editora Nacional, 1939.
MORAES, Carmen Sylvia Vidigal. O ideário republicano e a educação. O Colégio “Culto à Ciência” de Campinas (1869 a 1892). Dissertação (Mestrado em Educação). USP, São Paulo, 1981.
PANIZZOLO, Cláudia. João Köpke e a escola republicana: criador de leituras, escritor da modernidade. Tese (Educação: História, Política, Sociedade). PUC-SP, 2006.
POCOCK, J. G. A. Linguagens do ideário político. São Paulo: EdUSP, 2003.
SCHWARCZ, Lília Moritz. As Barbas do Imperador. D. Pedro II, um monarca nos trópicos. São Paulo: Companhia das Letras, 2007.
SOUZA, Carlos Eduardo Dias. Ensinando a ser brasileiro: o Colégio Pedro II e a formação dos cidadãos na Corte Imperial (1837-1861). Dissertação (Mestrado em História Social da Cultura). Rio de Janeiro: PUC-Rio, 2010.
______, A educação como prática política: formação e renovação de repertórios pedagógicos no Segundo Reinado. Tese (Doutorado em Sociologia). FFLCH-USP, 2015.
SWIDLER, Ann. Culture in Action: Simbols and Strategies. In American Sociological Review, vol. 51, n. 2, abril 1986.
______, Talk of Love: how culture matters. Chicago: The University Press, 2001.
VALDEZ, Diane. A representação de infância nas propostas pedagógicas do Dr. Abílio César Borges: o barão de Macahubas (1856-1891). Tese (Doutorado em Educação). UNICAMP, Campinas, 2006.
VEIGA, Cynthia Greive. Historia da educação social: um campo conceitual para a história da educação. CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO, 6, 2011, Vitória. Anais, Vitória, 2011.
WEREBE, Maria José Garcia. A educação. In HOLANDA, Sérgio Buarque de. História Geral da Civilização Brasileira. Tomo II: O Brasil monárquico. São Paulo: Difel, 1985.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
História da Educação utiliza como base para transferência de direitos a licença CreativeCommons BY (creativecommons.org) para periódicos de acesso aberto - Open ArchivesIniciative (OAI), categoria greenroad.
Por acesso aberto entende-se a disponibilização gratuita na Internet, para que os usuários possam ler, fazer download, copiar, distribuir, imprimir, pesquisar ou referenciar o texto integral dos documentos, processá-los para indexação, utilizá-los como dados de entrada de programas para softwares, ou usá-los para qualquer outro propósito legal, sem barreira financeira, legal ou técnica.
a) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença CreativeCommonsAttribution, que permite o compartilhamento do texto com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
b) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
c) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.