CONTEXTOS, PRÁTICAS E INSTITUIÇÕES: O ENSINO SECUNDÁRIO E A ORGANIZAÇÃO DE REPERTÓRIOS PEDAGÓGICOS NO SEGUNDO REINADO

Autores

  • Carlos Eduardo Dias Souza (Brasil)

Palavras-chave:

educação, política, mediações.

Resumo

Este texto reconhece uma dinâmica interna às instituições de ensino secundário no Império do Brasil. O seu desenvolvimento se dá por meio da observação da dinâmica pedagógica de três colégios considerados chave: o Colégio Pedro II, no Rio de Janeiro, capital do Império; o Ginásio Baiano, de Salvador; e o Culto à Ciência, em Campinas. Tal dinâmica partilha elementos comuns, como a regularidade no ensino, a ênfase nas humanidades e o funcionamento em regime de internato, mas também possui variações que teriam relação com o contexto no qual cada colégio se insere. Assim, tomado de Ann Swidler, o conceito de repertório permite articular aspectos da cultura – neste caso, pedagógica – às dinâmicas políticas de cada contexto, iluminadas pela atuação de docentes como Abílio Borges e João Köpke. 

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Carlos Eduardo Dias Souza (Brasil)

Possuo graduação em Licenciatura em História pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (2007, campus Seropédica), mestrado em História Social da Cultura pela PUC-Rio (2010) e doutorado em Sociologia pela Universidade de São Paulo (2015), com experiência de pesquisa e docência nas áreas de História do Brasil (Império), História da Educação Brasileira, Pensamento Social Brasileiro e Sociologia da Educação.

Referências

ADORNO, Sérgio. Os aprendizes do poder: bacharelismo liberal na política brasileira. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1988.

ALMANAK Administrativo, Mercantil e Industrial da Corte e província do Rio de Janeiro inclusive a cidade de Santos, da província de S.Paulo para o anno de 1879. Rio de Janeiro: Eduardo & Henrique Laemmert, 1879.

ALONSO, Angela. Ideias em movimento. A geração 1870 na crise do Brasil-Império. SP: Paz e Terra, 2002.

ALVES, Isaias. Vida e Obra do Barão de Macahubas. Rio de Janeiro: Oficina Gráfica Renato Americano, 1936.

AZEVEDO, Fernando de. A Cultura Brasileira. Introdução ao estudo da cultura no Brasil. Rio de Janeiro/Brasília: UFRJ, UNB, 1996.

BARROS, Roque Spencer Maciel de. A Ilustração Brasileira e a Ideia de Universidade. SP: EdUSP/Convívio, 1986.

BORGES, Abílio César. Programa; Regimento Interno; Discurso de inauguração. In ALVES, Lizir Arcanjo. O Ginásio Baiano de Abílio César Borges: antologia. Salvador, Instituto Geográfico e Histórico da Bahia, 2000.

BOURDIEU, Pierre. A ilusão biográfica. In AMADO, J.; FERREIRA, Marieta M. (Orgs.). Usos e abusos da história oral. Rio de Janeiro: FGV, 2004.

______, Da regra às estratégias. In Coisas Ditas. São Paulo: Brasiliense, 2009.

CANDIDO, Antonio. Tendências no desenvolvimento da sociologia da educação. In PEREIRA, Luiz; FORACCHI, Marialice M. Educação e Sociedade (Leituras de sociologia da educação). São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1971.

CARVALHO, José Murilo de. História intelectual no Brasil: a retórica como chave de leitura. In Topoi. Revista de História. Rio de Janeiro, Vol. 1, n. 1, 2000.

______, A Construção da Ordem: a elite política imperial. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2003.

CUNHA JR, Carlos Fernando Ferreira da. O imperial Collégio de Pedro II e o ensino da boa sociedade brasileira. Rio de Janeiro: Apicuri, 2008.

DORIA, Escragnolle. Memória Histórica do Colégio de Pedro Segundo: 1837-1937. Edição comemorativa. Brasília: INEP, 1997.

FARIA FILHO, Luciano Mendes de. Estado, cultura e escolarização nas Minas Gerais do século XIX. In VIDAL, Diana G.; SOUZA, Maria Cecília C. C. de. A memória e a sombra: a escola brasileira entre o Império e a República. BH: Autêntica, 1999.

______, Instrução elementar no século XIX. In LOPES, Eliane; FARIA FILHO, Luciano Mendes de; VEIGA, Cynthia (orgs). 500 anos de educação no Brasil. Belo Horizonte: Autêntica, 2007.

FERREIRA, Tânia Maria Bessone da Cruz. Palácios de destinos cruzados: bibliotecas, homens e livros. Rio de Janeiro – 1870-1920. Rio de Janeiro: Arquivo Nacional, 1999.

FONSECA, Marcus Vinícius. O predomínio dos negros nas escolas de Minas Gerais do século XIX. In Educação e Pesquisa, São Paulo: USP, v. 35, n. 3, set./dez. 2009, p. 585-599.

FREYRE, Gilberto. Sobrados e mucambos: decadência do patriarcado e desenvolvimento do urbano. São Paulo: Global, 2006.

GONDRA, José G.; SAMPAIO, Thiago. Ciência pela força? Dr. Abílio César Borges e a propaganda contra o emprego da palmatória e outros meios aviltantes no ensino da mocidade (1856-1876). In Acta Scientiarum. Education, v. 32, n. 1, 2010.

GOODSON, Ivor F. Currículo: teoria e história. Petrópolis: Vozes, 1995.

GUIMARÃES, Manoel Luiz Salgado. Historiografia e nação no Brasil: 1838-1857. Rio de Janeiro: EdUERJ, 2011.

HAIDAR, Maria de Lourdes Mariotto. O ensino secundário no império brasileiro. São Paulo: EdUSP, 1972.

JULIA, Dominique. A cultura escolar como objeto histórico. Revista Brasileira de História da Educação, n. 1, jan/jun. 2001.

MANNHEIM, Karl. El problema de las generaciones. In Reis, n. 62, p. 193-242, 1993.

MATTOS, Ilmar Rohloff. O Tempo Saquarema. São Paulo: Hucitec/Brasília, INL, 1987.

MATTOS, Selma Rinaldi de. O Brasil em lições. A história como disciplina escolar em Joaquim Manoel de Macedo. Rio de Janeiro: Access, 2000.

MOACYR, Primitivo. A instrução e as províncias (subsídios para a História da Educação no Brasil). 1835-1889. 2º vol. – Sergipe, Bahia, Rio de Janeiro e São Paulo. Rio de Janeiro: Companhia Editora Nacional, 1939.

MORAES, Carmen Sylvia Vidigal. O ideário republicano e a educação. O Colégio “Culto à Ciência” de Campinas (1869 a 1892). Dissertação (Mestrado em Educação). USP, São Paulo, 1981.

PANIZZOLO, Cláudia. João Köpke e a escola republicana: criador de leituras, escritor da modernidade. Tese (Educação: História, Política, Sociedade). PUC-SP, 2006.

POCOCK, J. G. A. Linguagens do ideário político. São Paulo: EdUSP, 2003.

SCHWARCZ, Lília Moritz. As Barbas do Imperador. D. Pedro II, um monarca nos trópicos. São Paulo: Companhia das Letras, 2007.

SOUZA, Carlos Eduardo Dias. Ensinando a ser brasileiro: o Colégio Pedro II e a formação dos cidadãos na Corte Imperial (1837-1861). Dissertação (Mestrado em História Social da Cultura). Rio de Janeiro: PUC-Rio, 2010.

______, A educação como prática política: formação e renovação de repertórios pedagógicos no Segundo Reinado. Tese (Doutorado em Sociologia). FFLCH-USP, 2015.

SWIDLER, Ann. Culture in Action: Simbols and Strategies. In American Sociological Review, vol. 51, n. 2, abril 1986.

______, Talk of Love: how culture matters. Chicago: The University Press, 2001.

VALDEZ, Diane. A representação de infância nas propostas pedagógicas do Dr. Abílio César Borges: o barão de Macahubas (1856-1891). Tese (Doutorado em Educação). UNICAMP, Campinas, 2006.

VEIGA, Cynthia Greive. Historia da educação social: um campo conceitual para a história da educação. CONGRESSO BRASILEIRO DE HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO, 6, 2011, Vitória. Anais, Vitória, 2011.

WEREBE, Maria José Garcia. A educação. In HOLANDA, Sérgio Buarque de. História Geral da Civilização Brasileira. Tomo II: O Brasil monárquico. São Paulo: Difel, 1985.

Downloads

Publicado

2018-01-04

Como Citar

Souza (Brasil), C. E. D. (2018). CONTEXTOS, PRÁTICAS E INSTITUIÇÕES: O ENSINO SECUNDÁRIO E A ORGANIZAÇÃO DE REPERTÓRIOS PEDAGÓGICOS NO SEGUNDO REINADO. Revista História Da Educação, 22(54), 154–173. Recuperado de https://seer.ufrgs.br/index.php/asphe/article/view/70608

Edição

Seção

Artigo / Article / Artículo