CAPACIDADE PARA TOMADA DE DECISÃO EM IDOSOS INSTITUCIONALIZADOS E NÃO INSTITUCIONALIZADOS
DOI:
https://doi.org/10.22456/2316-2171.54047Palavras-chave:
Idoso. Institucionalização. Desenvolvimento Psicológico-Moral.Resumo
Indivíduo autônomo é aquele que delibera sua vontade livremente de acordo com seus valores e crenças de vida. O presente artigo teve como objetivo avaliar a capacidade para a tomada de decisão em idosos institucionalizados e não institucionalizados. Trata-se de um estudo transversal, realizado em pessoas com mais de 60 anos de idade, em Instituições de Longa Permanência para Idosos e em Estratégias de Saúde da Família de Santa Cruz do Sul/RS. Para a coleta de dados, foi utilizado o instrumento de Desenvolvimento Psicológico-Moral. A análise dos resultados foi realizada pelos testes qui-quadrado e correlação linear, utilizando o programa SPSS 17.0. A significância estatística foi definida como p<0.05. Foram avaliados 552 idosos, sendo 276 institucionalizados e 276 não institucionalizados, com idade média de 76,83 anos ±7,36 anos. A maioria eram mulheres, 306 (55,4%), aposentados, 493 (89,3%) e tinham o ensino fundamental, 228 (11,6%). A classificação do Desenvolvimento Psicológico-Moral dos participantes se distribuiu entre as fases Conformista, Conscienciosa e Autônoma. Houve associação estatisticamente significativa desta variável com estar institucionalizado ou não (p = 0,0001) e com o sexo (p = 0,006). Mas, não foram observadas associações estatisticamente significativas com a idade, a escolaridade e a condição de ter ou não trabalhado fora de casa. Esta pesquisa demonstrou que todos os idosos tinham capacidade para a tomada de decisão, mesmo aqueles residentes em Instituições de Longa Permanência para Idosos. Desta forma, é preciso reconhecer os indivíduos nesta faixa etária como seres autônomos e sujeitos das próprias vontades.
Downloads
Referências
ALMEIDA, Leonor Duarte de. Suscetibilidade: novo sentido para a vulnerabilidade. Revista Bioética, Brasília, v. 18, n. 3, p. 537-548, 2010.
BAJOTTO, Aletheia Peters; GOLDIM, José Roberto. Avaliação da qualidade de vida e tomada de decisão em idosos participantes de grupos socioterápicos da cidade de Arroio do Meio, RS, Brasil. Revista Brasileira de Geriatria e Gerontologia, Rio de Janeiro, v. 14, n. 4, p. 753-761, out./dez. 2011.
BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria n.º 2.528, de 01 de outubro 2006. Aprova a Política Nacional da Pessoa Idosa, 1 out. 2006, Brasília: Ministério da Saúde, 2006.
_______. Ministério da Saúde. Resolução nº 283, de 26 de setembro 2005. Aprova o Regulamento Técnico para o funcionamento das Instituições de Longa permanência para Idosos, 26 set. 2005, Brasília: Ministério da Saúde, 2005.
CAMACHO, Alessandra Conceição Leite Funchal; SANTOS, Renata Costa. Revisión integrativa sobre las cuestiones bioéticas relacionadas con el anciano: aspectos relevantes para la enfermería. Enfermería Global, Murcia, v. 12, n. 31, p. 387-387, jul. 2013.
CAMARANO, Ana Amélia; KANSO, Solange. As instituições de longa permanência para idosos no Brasil. Revista Brasileira de Estudos da População, Rio de Janeiro, v. 27, n. 1, p. 233-235, jan./jun. 2010.
CELICH, Kátia Lilian Sedrez et al. Envelhecimento com qualidade de vida: a percepção de idosos participantes de grupos de terceira idade. Revista Mineira de Enfermagem, Belo Horizonte, v. 14, n. 2, p. 226-232, abr./jun. 2010.
CORNÉLIO, Graziela Félix; GODOY, Ilda de. Perfil das instituições de longa permanência para idosos em uma cidade no estado de São Paulo. Revista Brasileira de Geriatria e Gerontologia, Rio de Janeiro, v. 16, n. 3, p. 559-568, jul./set. 2013.
CUNHA, Juliana Xavier Pinheiro da et al. Autonomia do idoso e suas implicações éticas na assistência de enfermagem. Saúde em Debate, Rio de Janeiro, v. 36, n. 95, p. 657-664, out./dez. 2012.
DUARTE, Lidiane Mendes Nazareno. O processo de institucionalização do idoso e as territorialidades: espaço como lugar? Estudos Interdisciplinares sobre o Envelhecimento, Porto Alegre, v. 19, n. 1, p. 201-217, abr. 2014.
FERNANDES, Maria das Graças Melo; GARCIA, Loreley Gomes. O sentido da velhice para homens e mulheres idosos. Saúde e Sociedade, São Paulo, v. 19, n. 4, p. 771-783, out./dez. 2010.
FLORES, Gisela Cataldi et al. Cuidado intergeracional com o idoso: autonomia do idoso e presença do cuidador. Revista Gaúcha de Enfermagem, Porto Alegre, v. 31, n. 3, p. 467-474, set. 2010.
HEITOR , Sara Franco Diniz; RODRIGUES, Leiner Resende; TAVARES , Darlene Mara dos Santos. Prevalência da adequação à alimentação saudável e idosos residentes em zona rural. Texto & Contexto: Enfermagem, Florianópolis, v. 22, n. 1, p. 79-88, jan./mar. 2013.
HESS, Tomas M.; QUEEN, Tara L.; ENNIS, Gilda E. Age and self-relevance effects on information search during decision making. The Journals of Gerontology Series B: Psychological Sciences and Social Sciences, Washington, v. 68, n. 5, p. 703-711, Sept. 2013.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). 2010. Disponível em: http://www.ibge.gov.br. Acesso em: 17 out. 2014.
LOEVINGER, Jane; WESSLER, Ruth. Measuring ego development: Construction and use of a sentence completion test. San Francisco: Jossey-Bass, 1970. v. 1.
MEIRELES, Viviani Camboin et al. Autonomía y derecho a la información: contribuciones para la gestión del cuidado de ancianos hospitalizados. Ciencia y Enfermería, Concepción, v. 16, n. 2, p. 59-68, agosto 2010.
OLIVEIRA, Iglair Regis de; ALVES, Vicente Paulo. A pessoa idosa no contexto da Bioética: sua autonomia e capacidade de decidir sobre si mesma. Kairós Gerontologia, São Paulo, v. 13, n. 2, p. 91-98, nov. 2010.
RAMOS, Luciana Junqueira et al. Ethical and nutrition issues in a sample of institutionalized and non-institutionalized elderly. Revista HCPA, Porto Alegre, v. 32, n. 2, p. 223-226, 2012.
REIS, Eliete dos; LÖBLER, Mauri Leodir. O processo decisório descrito pelo indivíduo e representado nos sistemas de apoio à decisão. Revista de Administração Contemporânea, Curitiba, v. 16, n. 3, p. 397-417, maio/jun. 2012.
SAQUETTO, Micheli et al. Aspectos bioéticos da autonomia do idoso. Revista Bioética, Brasília, v. 21, n. 3, p. 518-524, set./dez. 2013.
SCHUMACHER, Aluisio Almeida; PUTTINI, Rodolfo Franco; NOJIMOTO, Toshio. Vulnerabilidade, reconhecimento e saúde da pessoa idosa: autonomia intersubjetiva e justiça social. Saúde em Debate, Rio de Janeiro, v. 37, n. 97, p. 281-293, abr./jun. 2013.
SILVA, Roberto Jerônimo dos Santos et al. Prevalência e fatores associados à percepção negativa da saúde em pessoas idosas no Brasil. Revista Brasileira de Epidemiologia, São Paulo, v. 15, n. 1, p. 49-62, mar. 2012.
SOUZA, Edela Lanzer Pereira. Pesquisa sobre as fases evolutivas do ego. Boletim da Sociedade de Psicologia do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, v. 3, n.7, p. 5-16, 1968.
TAHAN, Jennifer; CARVALHO, Antonio Carlos Duarte de. Reflexões de idosos participantes de grupos de promoção de saúde acerca do envelhecimento e da qualidade de vida. Saúde e Sociedade, Paulo, v. 19, n. 4, p. 878-888, out./dez. 2010.