CAPACIDADE PARA TOMADA DE DECISÃO EM IDOSOS INSTITUCIONALIZADOS E NÃO INSTITUCIONALIZADOS

Autores

  • Rúbia Garcia Deon Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS)
  • José Roberto Goldim Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)

DOI:

https://doi.org/10.22456/2316-2171.54047

Palavras-chave:

Idoso. Institucionalização. Desenvolvimento Psicológico-Moral.

Resumo

Indivíduo autônomo é aquele que delibera sua vontade livremente de acordo com seus valores e crenças de vida. O presente artigo teve como objetivo avaliar a capacidade para a tomada de decisão em idosos institucionalizados e não institucionalizados. Trata-se de um estudo transversal, realizado em pessoas com mais de 60 anos de idade, em Instituições de Longa Permanência para Idosos e em Estratégias de Saúde da Família de Santa Cruz do Sul/RS. Para a coleta de dados, foi utilizado o instrumento de Desenvolvimento Psicológico-Moral. A análise dos resultados foi realizada pelos testes qui-quadrado e correlação linear, utilizando o programa SPSS 17.0. A significância estatística foi definida como p<0.05. Foram avaliados 552 idosos, sendo 276 institucionalizados e 276 não institucionalizados, com idade média de 76,83 anos ±7,36 anos. A maioria eram mulheres, 306 (55,4%), aposentados, 493 (89,3%) e tinham o ensino fundamental, 228 (11,6%). A classificação do Desenvolvimento Psicológico-Moral dos participantes se distribuiu entre as fases Conformista, Conscienciosa e Autônoma. Houve associação estatisticamente significativa desta variável com estar institucionalizado ou não (p = 0,0001) e com o sexo (p = 0,006). Mas, não foram observadas associações estatisticamente significativas com a idade, a escolaridade e a condição de ter ou não trabalhado fora de casa. Esta pesquisa demonstrou que todos os idosos tinham capacidade para a tomada de decisão, mesmo aqueles residentes em Instituições de Longa Permanência para Idosos. Desta forma, é preciso reconhecer os indivíduos nesta faixa etária como seres autônomos e sujeitos das próprias vontades.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Rúbia Garcia Deon, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS)

Rúbia Garcia Deon, Nutricionista, Especialista em Nutrição Clínica com Ênfase em Doenças Crônico-Não-Transmissíveis, Especialista em Gestão da Atenção à Saúde do Idoso,Mestre em Saúde Coletiva, Doutoranda em Gerontologia Biomédica, Bolsista CAPES/PROSUP, Docente na URI.

José Roberto Goldim, Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)

José Roberto Goldim
Biólogo, Mestre em Educação, Doutor em Medicina: Clínica Médica, Pesquisador responsável pelo Laboratório de Pesquisa em Bioética e Ética na Ciência do Centro de Pesquisa Experimental do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), Docente na UFRGS e na PUCRS.

Referências

ALMEIDA, Leonor Duarte de. Suscetibilidade: novo sentido para a vulnerabilidade. Revista Bioética, Brasília, v. 18, n. 3, p. 537-548, 2010.

BAJOTTO, Aletheia Peters; GOLDIM, José Roberto. Avaliação da qualidade de vida e tomada de decisão em idosos participantes de grupos socioterápicos da cidade de Arroio do Meio, RS, Brasil. Revista Brasileira de Geriatria e Gerontologia, Rio de Janeiro, v. 14, n. 4, p. 753-761, out./dez. 2011.

BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria n.º 2.528, de 01 de outubro 2006. Aprova a Política Nacional da Pessoa Idosa, 1 out. 2006, Brasília: Ministério da Saúde, 2006.

_______. Ministério da Saúde. Resolução nº 283, de 26 de setembro 2005. Aprova o Regulamento Técnico para o funcionamento das Instituições de Longa permanência para Idosos, 26 set. 2005, Brasília: Ministério da Saúde, 2005.

CAMACHO, Alessandra Conceição Leite Funchal; SANTOS, Renata Costa. Revisión integrativa sobre las cuestiones bioéticas relacionadas con el anciano: aspectos relevantes para la enfermería. Enfermería Global, Murcia, v. 12, n. 31, p. 387-387, jul. 2013.

CAMARANO, Ana Amélia; KANSO, Solange. As instituições de longa permanência para idosos no Brasil. Revista Brasileira de Estudos da População, Rio de Janeiro, v. 27, n. 1, p. 233-235, jan./jun. 2010.

CELICH, Kátia Lilian Sedrez et al. Envelhecimento com qualidade de vida: a percepção de idosos participantes de grupos de terceira idade. Revista Mineira de Enfermagem, Belo Horizonte, v. 14, n. 2, p. 226-232, abr./jun. 2010.

CORNÉLIO, Graziela Félix; GODOY, Ilda de. Perfil das instituições de longa permanência para idosos em uma cidade no estado de São Paulo. Revista Brasileira de Geriatria e Gerontologia, Rio de Janeiro, v. 16, n. 3, p. 559-568, jul./set. 2013.

CUNHA, Juliana Xavier Pinheiro da et al. Autonomia do idoso e suas implicações éticas na assistência de enfermagem. Saúde em Debate, Rio de Janeiro, v. 36, n. 95, p. 657-664, out./dez. 2012.

DUARTE, Lidiane Mendes Nazareno. O processo de institucionalização do idoso e as territorialidades: espaço como lugar? Estudos Interdisciplinares sobre o Envelhecimento, Porto Alegre, v. 19, n. 1, p. 201-217, abr. 2014.

FERNANDES, Maria das Graças Melo; GARCIA, Loreley Gomes. O sentido da velhice para homens e mulheres idosos. Saúde e Sociedade, São Paulo, v. 19, n. 4, p. 771-783, out./dez. 2010.

FLORES, Gisela Cataldi et al. Cuidado intergeracional com o idoso: autonomia do idoso e presença do cuidador. Revista Gaúcha de Enfermagem, Porto Alegre, v. 31, n. 3, p. 467-474, set. 2010.

HEITOR , Sara Franco Diniz; RODRIGUES, Leiner Resende; TAVARES , Darlene Mara dos Santos. Prevalência da adequação à alimentação saudável e idosos residentes em zona rural. Texto & Contexto: Enfermagem, Florianópolis, v. 22, n. 1, p. 79-88, jan./mar. 2013.

HESS, Tomas M.; QUEEN, Tara L.; ENNIS, Gilda E. Age and self-relevance effects on information search during decision making. The Journals of Gerontology Series B: Psychological Sciences and Social Sciences, Washington, v. 68, n. 5, p. 703-711, Sept. 2013.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). 2010. Disponível em: http://www.ibge.gov.br. Acesso em: 17 out. 2014.

LOEVINGER, Jane; WESSLER, Ruth. Measuring ego development: Construction and use of a sentence completion test. San Francisco: Jossey-Bass, 1970. v. 1.

MEIRELES, Viviani Camboin et al. Autonomía y derecho a la información: contribuciones para la gestión del cuidado de ancianos hospitalizados. Ciencia y Enfermería, Concepción, v. 16, n. 2, p. 59-68, agosto 2010.

OLIVEIRA, Iglair Regis de; ALVES, Vicente Paulo. A pessoa idosa no contexto da Bioética: sua autonomia e capacidade de decidir sobre si mesma. Kairós Gerontologia, São Paulo, v. 13, n. 2, p. 91-98, nov. 2010.

RAMOS, Luciana Junqueira et al. Ethical and nutrition issues in a sample of institutionalized and non-institutionalized elderly. Revista HCPA, Porto Alegre, v. 32, n. 2, p. 223-226, 2012.

REIS, Eliete dos; LÖBLER, Mauri Leodir. O processo decisório descrito pelo indivíduo e representado nos sistemas de apoio à decisão. Revista de Administração Contemporânea, Curitiba, v. 16, n. 3, p. 397-417, maio/jun. 2012.

SAQUETTO, Micheli et al. Aspectos bioéticos da autonomia do idoso. Revista Bioética, Brasília, v. 21, n. 3, p. 518-524, set./dez. 2013.

SCHUMACHER, Aluisio Almeida; PUTTINI, Rodolfo Franco; NOJIMOTO, Toshio. Vulnerabilidade, reconhecimento e saúde da pessoa idosa: autonomia intersubjetiva e justiça social. Saúde em Debate, Rio de Janeiro, v. 37, n. 97, p. 281-293, abr./jun. 2013.

SILVA, Roberto Jerônimo dos Santos et al. Prevalência e fatores associados à percepção negativa da saúde em pessoas idosas no Brasil. Revista Brasileira de Epidemiologia, São Paulo, v. 15, n. 1, p. 49-62, mar. 2012.

SOUZA, Edela Lanzer Pereira. Pesquisa sobre as fases evolutivas do ego. Boletim da Sociedade de Psicologia do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, v. 3, n.7, p. 5-16, 1968.

TAHAN, Jennifer; CARVALHO, Antonio Carlos Duarte de. Reflexões de idosos participantes de grupos de promoção de saúde acerca do envelhecimento e da qualidade de vida. Saúde e Sociedade, Paulo, v. 19, n. 4, p. 878-888, out./dez. 2010.

Downloads

Publicado

2016-08-17

Como Citar

Deon, R. G., & Goldim, J. R. (2016). CAPACIDADE PARA TOMADA DE DECISÃO EM IDOSOS INSTITUCIONALIZADOS E NÃO INSTITUCIONALIZADOS. Estudos Interdisciplinares Sobre O Envelhecimento, 21(1). https://doi.org/10.22456/2316-2171.54047

Edição

Seção

Artigos originais