A Analítica da Subjetivação em Michel Foucault

Autores

DOI:

https://doi.org/10.22456/2238-152X.76339

Palavras-chave:

Foucault, subjetividade, relações de poder, governamentalidade.

Resumo

O objetivo deste artigo é discutir a analítica da subjetivação desenvolvida nas pesquisas de Foucault. Paralelamente a isso, buscou-se explorar as possibilidades de operacionalização dessa analítica, em pesquisas qualitativas. Trabalhou-se principalmente com os cursos nos quais Foucault investigou a subjetividade como prática de liberdade, a partir de 1978 e com textos e entrevistas do mesmo período. A passagem entre uma subjetivação que se faz sob práticas coercitivas a uma subjetivação reflexiva mais autônoma, ocorreu em decorrência de sua pesquisa sobre governamentalidade. A subjetivação passou a ser pensada a partir de dois vetores: as práticas de assujeitamento e as práticas de si. O segundo vetor foi explorado a partir de 1980, estando associado à atitude crítica em relação à governamentalidade, tendo um caráter coletivo, institucional e político. O trabalho de pesquisa, como modo de pensar diferentemente do que se pensava antes, constitui-se para Foucault um importante dispositivo de subjetivação contemporâneo.

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Biografia do Autor

João Leite J L Ferreira Neto, Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais

Docente do Programa de Pós-graduação em Psicologia da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais.

Doutor em Psicologia Clínica pela PUC SP.

 

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Publicado

2018-01-15

Como Citar

Ferreira Neto, J. L. J. L. (2018). A Analítica da Subjetivação em Michel Foucault. Revista Polis E Psique, 7(3), 7–25. https://doi.org/10.22456/2238-152X.76339

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Artigos